Todo mundo sabe que fast food, embutidos, enlatados, guloseimas cheias de açúcar, excesso de frituras, de gordura animal, de carne vermelha - resumindo, comer mal - tem tudo a ver com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Esse tipo de alimentação é um fator de risco que, somado a outros, como o sedentarismo, o excesso de peso e o tabagismo pode formar uma combinação explosiva. O que pouca gente sabe é que a alimentação também tem muito a ver com câncer.
Isso mesmo. Cerca de 30% dos principais tipos de tumor - entre eles, o câncer de mama - poderiam ser evitados com alimentação saudável e equilibrada combinada à atividade física e peso saudável, segundo o Fundo Mundial para Pesquisa em Câncer.
As evidências que associam a alimentação ao câncer surgiram nos últimos 20 anos - o que, para a ciência, é um tempo relativamente curto. "É por isso que ainda levará algum tempo até que sejam reconhecidas pela população e pela própria comunidade médica", diz o nutricionista Fábio da Silva Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e analista de programas para controle de câncer do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Gomes fez uma apresentação sobre o assunto num evento promovido pela American Cancer Society em São Paulo.
Eis uma lista com as recomendações do nutricionista da Uerj para que sua dieta não se torne um fator de risco:
Menos açúcar e carboidratos, e a recompensa na balança
Reduza o consumo de alimentos muito energéticos, como biscoitos, doces, bebidas açucaradas e todo tipo de fast food. Eles favorecem o ganho de peso, que por sua vez aumenta o risco de câncer, porque o excesso de gordura corporal estimula a produção de certos hormônios e processos inflamatórios que podem dar origem a tumores.
Frutas e hortaliças protegem, apesar dos agrotóxicos Consuma pelo menos cinco porções (o equivalente a 400 gramas) de frutas e hortaliças sem amido (ou seja, batata, mandioca e outros tubérculos não valem). Esses alimentos oferecem proteção contra agentes cancerígenos e inibem o crescimento de células precursoras de câncer.
Sobre o risco de consumo de agrotóxicos contidos nos vegetais, o nutricionista afirma que é melhor consumi-los assim do que deixar de consumir.
Pouca carne vermelha, melhor assada ou cozida Limite o consumo de carne vermelha (no máximo 500 gramas por semana) e também evite carnes processadas ou salgadas (o que inclui os embutidos e defumados). Esses produtos contêm nitritos e nitratos, que podem dar origem a outros compostos com potencial cancerígeno. Além disso, o sal em excesso pode causar danos às mucosas.
Prefira carnes assadas ou cozidas.
As carnes "na chapa", como o churrasco, costumam conter alcatrão e outras substâncias que aumentam o risco de câncer.
Muitos grãos e cereais, desde que bem armazenados
Abuse dos grãos e cereais, mas cuidado com sua conservação. A umidade favorece o crescimento de fungos, que produzem substâncias que podem causar diversas doenças.